terça-feira, 31 de agosto de 2010
OBSESSÃO CARNAL
RODA-MUNDO
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
CALA-TE
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
PERTURBAÇÃO ESPIRITUAL
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
DE PABLO NERUDA
Dentre tantos, talvez esse seja o poema mais expressivo do saudoso poeta chileno.
Escorreram-me lágrimas ao lê-lo; certamente escorrerão lágrimas nos olhos da mulher que ouvi-lo; declamado baixinho, pausadamente, em seu ouvido.
"Cuerpo de mujer, blancas colinas, muslos blancos,
te pareces al mundo en tu actitud de entrega.
Mi cuerpo de labriego salvaje te socava
y hace saltar el hijo del fondo de la tierra.
Fui solo como un túnel. De mí huían los pájaros
y en mí la noche entraba su invasión poderosa.
Para sobrevivirme te forjé como un arma,
como una flecha en mi arco, como una piedra en mi honda.
Pero cae la hora de la venganza, y te amo.
Cuerpo de piel, de musgo, de leche ávida y firme.
¡Ah los vasos del pecho! ¡Ah los ojos de ausencia!
¡Ah las rosas del pubis! ¡Ah tu voz lenta y triste!
Cuerpo de mujer mía, persistiré en tu gracia.
Mi sed, mi ansia si límite, mi camino indeciso!
Oscuros cauces donde la sed eterna sigue,
y la fatiga sigue, y el dolor infinito".
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
PARA CIBELE OLIVEIRA
“O hoje é apenas um furo no futuro
Por onde o passado começa a jorrar”.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
SONETO AOS OLHOS SEUS
POBRES RIMAS DE UM MÍSERO AMOR
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
SILENCIOSO ABISMO
MINHA RUA
SILÊNCIO VIRTUAL
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
SEM CAMINHO
INSANIDADE
DESEJO
terça-feira, 17 de agosto de 2010
EPÍSTOLA AO INIMIGO
DESAFIO
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
MARÉ NOSSA DE CADA DIA
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
TEREZA DE CALCUTÁ
Dói-me, mas não me doo.
Necessário doar, bem sei
Levantar, postar em vôo
D´alto olhar, ver Sua Lei.
Olhar igual a todo o Ser
Comprazer-se co´irmão
Dar-se simples, sem ser
egoísta, tomado de paixão.
Mostrou toda sua gentileza,
Um exemplo em que se ater,
Espírito tão forte em sutileza
Diante da morte, ou de morrer;
Disse modesta, Madre Tereza:
“Amar é doar-se até doer”.
ROSA
ESTRANHO AMOR
Estranha frase, mas
Não lhe quero por completo.
Não desejo como almejam os possessivos.
Quero assim, simples, puro,
Sem interesses.
Quero amar na forma essencial
Sem motivo, sem finalidade.
Amo-lhe desta forma,
Sem você, sem presença,
Sem toque.
No coração tão somente,
No meu delirante e utópico sentimento.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
PERDÃO
Totalmente a mercê da providência
Apresento amiúde o pobre coração
Na necessidade da sua indulgência
Por seu afeto, num pedido de perdão.
Coração fraco, canhoto e amargurado
Clama, implora, com dependência
Apagar todos os erros do passado
Propondo por uma nova previdência.
Afoito, atônito, cego, em clemência
Bate no peito esta forte remissão
Na esperança desta dependência
Deixar de existir com a paixão.
- Fruto dos pulsos da reverência,
Impulsos que transbordam o coração.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
CHECK-UP
CHECK-UP
Impregnado de irreversível tédio
A vista cansada passo no jornal
Idem como em bula de remédio
Por pistas deste sofrimento moral.
Passo as tardes, meses, passo dias
Às vezes nem mesmo sei se me passo
Passo aguardando passar nas veias
O sangue hora à hora - é o que faço.
Às vezes leio tudo - até asa de avião
Quando esta leitura não me basta
Leio lábios e leio mentes, até avistar
Coisas que somente minha própria visão
De poeta sintomático de mim (e sarcasta)
Enxerga este meu transtorno bipolar .
(edvaldo pereira dos campos netto).
SUICIDA
Ismália, enlouquecida em torre alta
Não fazes idéia que o belo luar
Está nos olhos dos que sentem falta
Desses olhos que só querem o mar.
Julieta, apaixonada e desvairada
Transformou a vida com veneno
Fez do amor, tudo, sua morada
Esquecendo daquilo que é sereno.
O personagem está é na vida
No peito, forte, que arranca
As lágrimas que escorrem na ferida
Levadas pela maré, na espuma branca.
Gera tristeza incompreensível o suicida,
Como na poesia de Florbela Espanca.
(edvaldo pereira dos campos netto)
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
INSÔNIA
Choveu muito esta noite.
Cada pingo,
Cada gota,
Foi-me um sonho derramado.
Ah, como choveu!!!
Sonhos molhados!!!
Ou roubados?
– Não importa!
Choveu muito esta noite.
Abençoadas lágrimas celestiais!!!
Ocultam o tilintar das horas,
E os latidos dos cães ao longe.
VAZIO
Não caibo dentro de mim mesmo
- cérebro adstrito, oculto, mouco
Ora cego, surdo; ora vivo, a esmo
Atônito a tudo, central dum louco.
Não cabe em mim força ou razão
Nem sentimento definido comum
Expressão já não existe, então
Não me toca ensejo, motivo algum.
Gritam nas esquinas os consorte
Expõem seu amor, vivem a alegria
Enquanto outros choram pela morte
Curto os acordes harmônicos em eufonia
Que nesta cabeça me é o sul ou norte
Ora é calmaria; normalmente euforia!
(edvaldo pereira dos campos netto)