sexta-feira, 29 de abril de 2011

ANGUSTIAS DA ANSIEDADE



Andei com saudade de um passado
Passado brevemente
Tão rápido que nem chegou a ser
- Foi falta do que não foi!
(...)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

BOMBEAR-SE



Cada passo refaço um traço
Do rabisco que me risco
Um abraço com amasso
Num sorriso que me pisco.

Ando adiante delirante
Radioso de paz e alegria
Peito aberto e amante
Paz, amor e energia.

Corro - já - em sua direção
Dedico-lhe alguns versos
Entrego-me todo em emoção
(afogarmo-no-emos imersos!).

Traço torto que me faço
Que me bombeio pungente
Faço do peito um laço
Doo-me inteiro, de presente.


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quarta-feira, 13 de abril de 2011

PAI NOSSO




Veio a nós o Vosso reinado
E a vontade não foi feita
Só na Terra temos pensado
Pão, só da nossa colheita.

E temos perdoado ninguém
Odiado quem tenha ofendido
Nossa fala é sem Vosso amém
Temos nada compreendido.

Desejamos estar longe do mal
Mas não afastados da tentação
Nosso reino anda meio amoral
Decoramos Vossa linda oração.


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IMAGINAÇÃO II


De um planeta ao outro em segundo
Piscar de olhos, foque e imaginação
Crie seu próprio interno mundo
Percorra esse universo à sua mão.

Cada dois ou três milhar de anos luz
Está em uma, duas ou cinco piscadelas
Bastando imaginar aquele que produz
Ideias novas em quânticas figuras belas.

Elétrico é o nada, vagarosa unidade
Tudo estará tão lentamente colocado
Diante desta viagem, do seu estado

Além da matéria, sem tempo ou idade.
Pule de um ponto a outro, outra cidade
Vá além, bastando ter apenas imaginado.

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POEMA ANTIQUADO

Poemei em todos laços de esperança
Em algumas linhas ao vento alçadas
Desde a mais remota era da infância
Até as mais longas frases criadas.

Fui em tudo e de tudo me versei
Palavras, letras e um céu cor-de-rosa
Todo de mim mesmo fui e tudo rimei
(até quando me acabei em prosa).

Ventos e tempestades sopraram velas
Dos barcos à deriva em águas amarelas
Fizeram de mim as letras dum soneto

Sem métricas, sem rumos, sem tutelas
Sem identidade, sem cor (escuro, preto)
Poemei de mim o significado obsoleto.


..........X.........

terça-feira, 5 de abril de 2011

LEMBRANÇAS



Venho, enfim, dar o braço a torcer
E torcer muito pela sua presença
Não só instante em minha cabeça
Mas pela saudade que admito ter.

É-me forte a presença da ausência
(braço torcido e de mim amputado)
Que no ar já ronda a sua essência
E nos brônquios perfaz o passado.

Dias de céus com vermelhas cores
Ruborizam as faces co’a lembrança
De que há céus nas minhas dores

Há nuvens de temporal na aliança
Que chovem e molham os amores
De agora ao meu tempo de criança.


x.x.x.x

segunda-feira, 4 de abril de 2011

AROMAS NOTURNOS



Perdidos sonhos que me escapam
De uns reflexos precedidos de luz
Rápido! Memória curta que apagam
Todas as dores e lembranças da cruz.

Alma livre, solta, vagando viajante
Deslizando na fragrância etérea
Do concentrado perfume pujante
Livre no ar, como na alma interna.

Sonhos de uma madrugada sem fim
Os aromas esquecidos de jasmim
Do bálsamo agora embalsamado

De uns vestígios poucos de passado
Que acendem um lampejo em mim:
Voe neste lindo novo dia perfumado!


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sexta-feira, 1 de abril de 2011

POEMA II


O poema... onde foi parar o poema?
O poema  outrora tão visto, tão lido
O qual foi até roteiro de cinema
Desapareceu, feneceu, anda sumido.

Poema longo de já remotas épocas
Do glamour literário de sua era
Onde anda até os de linhas poucas?
Pesar atormentado que me dera.

Parece mesmo tenha sumido
Com a cultura e o gosto popular
Mas há de haver alguém escondido

Em algum canto, em canetear
Um verso em seu último gemido
Implorando vida, pedindo para voltar.



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