Céus inteiros caem sobre mim
Despencam nuvens, aviões e estrelas
Inundam minhas ideias e meus olhos
Já não posso viver assim.
Raios, raios, raios me queimam
Descarrega Jeová sua fúria radiante
Neste para-raio de tormentas
Dos remorsos que rodeiam.
Tudo despenca, fere e arde
Só teus olhos negros abissais
Não cercam esse corpo em cacos
Nem me miram, por ser tarde.
E eu, seco como secam os rios
Com a estiagem abrupta e contumaz
Que traz à margem peixes agonizantes
Luto contra os corações vazios.
Viesse, tu, paradoxo do meu eu
Trazer adrenalina a esse meu coração morto
Dizer aquilo que só eu posso ouvir:
Seco ou afogado, mergulho todo teu.
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