quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

DOIS EM UM


Só de lhe imaginar sinto o estômago
Fechando forte, apertando em gelo
As ideias de tê-la em meu âmago
No cerne de mim, na pele, no pelo

Arrepiado de pensá-la tão minha.
Mas me corrói também o fato
De que não posso ter na vinha
O corpo seu; só a alma, sem tato.

Não esqueçamos o seguinte, amor
Que há a possibilidade do Eterno
Onde teremos todo o infinito a favor

E por isso esse meu gelo interno
Aquecer-se-á no seu fogo, no calor
Do seu esbelto ventre materno.

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4 comentários:

  1. que foto linda *-*
    âmago? praquele projeto da editora?

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  2. Escrevi o soneto exatamente no momento em que acabara de escrever no tópico sobre o livro. Fiquei pensando na palavra âmago, daí lembrei da minha esposa, nisso e naquilo, na vida após a morte... tudo se embaralhou e deu nisso.

    Não vou me inscrever não. Não vou publicar nada. Não escrevo para o mundo, para as traças e os fungos do bolor.

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  3. Quentissimo, adorei! *-*
    Sei o qto é dificil manter essa indiferença, esse gelo!

    Beijos na alma querido poeta! ;*

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  4. Nosssa, muito bom cara. Seu poema expressa muito bem aquela sensação horrível de não poder ter tudo que vc quer com aquela pessoa, e no fundo vc sabe, que no fim das contas vc vai acabar junto com ela. Sei lá, eu achei muito foda mesmo, parabéns!
    Seus outros textos também são muito bons, parabéns mesmo!

    Abraços,
    Gustavo

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