sexta-feira, 30 de setembro de 2011

NOTURNO


Acabei de me perceber assim, anoitecendo; a noite vem brusca, avermelhando a face envergonhada, para então, escurecer todos os pensamentos e, quando intensa, fazer-se verdadeiro aquilo que não se pode ver.
Estranho, entrementes, é saber-se lua e estrela, mesmo quando nublado. E nas vezes que se é tempestade noturna, que se é raio, luz, estrondo e medo (tudo ao mesmo tempo)?
Relâmpago? Reluzente com a rapidez de se sentir (fração de milésimo de segundo) do outro lado do dia; tão rápido que nem sei como foi que percebi que num momento eu era verso, no outro: inverso!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

SONATA EM SONETO


Equilíbrio em tudo, pois
Tem um significado certo
Que viver dividido, em dois
Passar frio mesmo coberto.

É o fio da alma e o corpo
Que vê a morte de perto
Doença sem seu anticorpo
Esperar pelo Deus incerto.

Desequilíbrio, desarmonia
Vibrar no mal em concerto
Marchar na fúnebre sinfonia

Não traz jamais a harmonia
Que se espera de peito aberto
Ver o Eu regido com eufonia.

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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS


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Por que, então, sinto essa fissão
Um tsunami e uma bomba H
Simultâneas, no mesmo Japão
Explodidas lá e sentidas cá?

Uma Itaipu e meia de tensão
O rebento das águas do Paraná.
- Abriram comportas em vão:
Suco de rivotril com maracujá.

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terça-feira, 13 de setembro de 2011

ARGENTINA ARGENTINA



O sorriso reside noutras terras
Habita vizinha planície pampa
Está mais além dessas serras
No sol que a bandeira estampa.

Os latinos olhos estão adiante
Esculpidos no cruzeiro do sul
Brilhantes, brilho cintilante
Abaixo do Rio Grande do Sul.

Pavilhão da pátria que a pariu
A língua que a cultura herdou
Nossa diferença assim definiu

Um nasceu aqui, outra lá voou
As cores todas desse meu Brasil
Refletiu nos olhos que iluminou.

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Foto: Edvaldo P. C. Netto (Casa Rosada - BsAs)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

WTC


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Duas torres paralelas
Fúria Kamikaze motivada
Aiatolá e a técnica ninja
Na jugular, com a navalhada.

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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

“FOI UM RIO QUE PASSOU EM MINHA VIDA”


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Luto, reluto, debato
Arrastado pelas águas
Afogo minha partida
Transbordo de lembranças...

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ENCHENTE NA CIDADE ALHEIA

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A gente se sente indefeso
(Chove dentro da nossa cabeça)
O sofrimento do próximo
Transborda nossa impotência.

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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

QUANDO SE FEZ A LUZ


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Eram as ilusões que afligiam
Mudou-se o foco (para 100w)
Mil velas iluminam meias verdades
- Ilusões eram apenas o combustível.

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terça-feira, 6 de setembro de 2011

DAQUI NÃO SE LEVA NADA

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Um canteiro de ideias
Gigantesca obra inacabada
Projeto para uma vida toda
Pilar para próxima morada.

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PENSANDO SOB O GUARDA-CHUVA


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Correu na chuva o pensamento
Um cérebro encharcado de ideias
E a sensação (úmida)
De ter-lhe transbordado o sentimento...


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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

SUAS CARÍCIAS NOS MEUS SONHOS



Serei seu caso diante de todo acaso
E o apoio para o membro cansado
A muleta, bengala, apoio no descaso
Na parede a vida tiver lhe prensado.

Palavras soltas da boca para fora
Ficam depositadas no falso altar
Mas as que concretizamos agora
São as que põem coração a pulsar.

E lhe amarei sempre, mais, assim
Além da dor que esteja sentindo
Como se doesse também em mim

Pois até na dor nosso amor é lindo.
Em troca, seu jeito de me dizer sim:
Meigo olhar quando estou dormindo.


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