quinta-feira, 28 de outubro de 2010
SERENO
Semblante tranquilo sereno
Já não há
Não há e não houve
Quem sabe tivesse havido
Um dia
Uma noite
Um minuto
Um segundo
Um átimo
Quanto a vida sem você era
Era simplesmente
Semblante tranquilo e sereno
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
MEA CULPA
Novamente tomado pela peste
Culpo primeiramente a Deus
Já que não vejo o que veste
Salomão, Jesus, ou um ateu.
Quem me importa é a doença
Que severa recai sobre mim
Segundo culpo a descrença
Merecia eu então ser assim.
Terceiro, essas tantas mulheres
Com seus charmes contagiantes
Que nelas saciava mil prazeres
Circulados vícios redundantes .
Bipolaridade, praga, sina minha
Deus livro eu, a culpa é minha.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
METADE ETERNA
União particular
- E fatal -
Entre duas almas não há!
A simpatia verdadeira
Está muito acima da carnal atração
É particular afeição
Acima de tudo amar
A um a outro a todo herdeiro
Há de se observar grau de evolução
Importa sublimar!
Não se pode deixar enganar pelo coração
Pois alguém que é metade de alguém
Incompleto estará
Lutará a briga interna
Buscando em vão:
Cara metade
Alma gêmea
Metade eterna.
(baseado nas perguntas 298 a 303 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec)
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
FACE
Caso cara tivesse?
Olhos verdes teria
Se me refizesse.
Teria cabelo escuro
Imponente agulhado nariz
Olhar de homem maduro
De quem sempre é feliz.
Larga ou fina a sobrancelha?
Diria-se que mais ou menos
E que não vai até a orelha
Esta, média, sem acenos.
Minha face seria bonita
Jovial, quem sabe
Teria expressão infinita
E um riso que não se cabe.
Mas não sou
Face não tenho
Sou pau que secou
Poeta, risco, rabisco ou desenho.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
CAUSA E EFEITO
Todo ato desta vida encampado está
Na má ou boa ação que o tenha feito
Diretamente pela lei da causa e efeito
Todo ato meritório recompensa terá.
Semeadura livre, colheita obrigatória
Doutrina a coerência da ação e reação
Arrependimento, expiação e reparação
Como lógica da recompensa meritória.
Infelicidade na zona de remorso radiará
Imergirá em possibilidades dolorosas
Brotando e renascendo em vidas penosas
Fardo pesado de culpa e remorso levará
Aquele que não analisar e se arrepender
Mormente reparar a falta que cometer.
(edvaldo pereira dos campos neto)
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
QUERER
Hoje eu quis três vezes
Pairei
Voei por sobremuros
Quis pela manhã
À tarde e ainda a pouquinho,
Quase ao entardecer
Quiçá, quererei à noite
Voarei mil vezes três vezes
Para quem sabe amanhã,
Querer só às vezes.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
POETA II
Médium-vidente
Receptor da beleza interplanetária
Os versos, a prosa, os cânticos
E toda a musicalidade celestial soam em seu ouvido
Poeta,
Para-raio receptador
Antena cosmonauta
Parabólica das leis universais
Sopros de dor, sentimento, amor e pânico
Depressão e ansiedade
Tudo depura seu decodificador.
Seus dedos, sua língua, seu veneno, seu chicote.
Munido é pelo dom invisível de estar bem e mal ao mesmo tempo
Mas,
Por mais simples que seja,
Nunca deixará de arrancar uma lágrima.
(edvaldo pereira dos campos neto).
SONETINHO BOM OU RUIM
Fases de uma vida conturbada
Momento lúcido ou desajuizado
Levo comigo nesta caminhada
Tendo tido um bom aprendizado.
Não poderia ao certo concluir
Se o paradoxo do bom e o ruim
Pode uma vida toda definir
Ruim para você bom para mim.
O que antes me era aprazível
Tornou-se hoje muito diferente
Com ares de sê-lo desprezível
Contradiz-se, sem ser deferente
Ao que reza a razão admissível
Torna-se um tumor indolente.
(edvaldo pereira dos campos neto)
terça-feira, 5 de outubro de 2010
MINHAS RAÍZES
Fui fruto todas as vezes que aflorei
Estive nas copas das árvores
Fui fruto,
fui tronco,
fui folha.
Uma vez, já faz muito tempo, fui mais além
Pois fui tudo isso
E fui semente também.
De mim brotaram sonhos que almejavam alcançar os céus...
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
DOR E SOFRIMENTO
O contra-senso
Nosso disparate
Coloca-se no liame da dor e da dor.
Sofrimento que cala o moral
Que desespera o indivíduo
Que esbofeteia seu orgulho rancoroso
Suas malícias, seus vícios.
A dor, do outro lado, sorridente, amiga.
À disposição de um ânimo no chão, catando migalhas
O Corpo
Frágil, sensível
Pedindo clemência, no suplício por um gesto de bondade
Dos Santos que nunca viu, (que zombou outrora)
Mas que lhe serviriam de remédio, “alívio imediato”.
Dor e sofrimento
Necessidade diária de curativos
Na alma
Que sofre, que geme, que sofre, que grita...
... e segue debatendo, até quando verá a calmaria.
Que virá, doerá, virá, doerá, virá...
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