Deixou-me
seca a garganta
Marrenta
falta de talento
Quando
jaz já o verbo infinitivo
Perdido,
vagando, rumo ao infinito...
Poeta
sem filho e sem lar
Saltimbanco
de temas esfarrapados
Tornei-me
mendigo de mim mesmo
De
versos submersos em poças d’água.
Parei
ainda na página oito
Em
nó de número, cãibra de faringe
Para
ver de longe o abandono
Das
palavras que nunca foram minhas.
Ébrio,
acenei de longe, ao além
Sem
resposta, entretanto!
A
palavra já era muda, surda
E
completamente desprovida de educação.
Dias
ingratos de inglórias
Quando
a caneta me falta o fôlego
Como
nadar e morrer na praia
Como
morrer na beira da página...
...no
precipício do fim da linha.
...