quinta-feira, 31 de março de 2011

POETA XI

Fosse eu um poeta extraordinário
Já teria saído pelado e pulando
Teria eu imposto a todos glossário
Dos meus cantares aí poetando.

Ah, sim! Fosse um poeta de verdade
(a própria verdade); teria de fato
Identidade e certidão à insanidade
Poeta legítimo, de sangue, nato!

Fosse louco, excêntrico, ou só
Um simples e modesto escritor
Na sua simplicidade de dar dó

Barba por fazer , num bar, a compor
Com uma rosa na lapela do paletó
Teria o mundo a encher de amor.


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quarta-feira, 30 de março de 2011

ESPANTO


Sobrenatural aos olhos de quem vê
A perspectiva ou ponto de referência
Por sim dizer que falta àquele que crê
Sua visão acerca d’alguma experiência

O extraordinário fácil deixa de sê-lo
Quando a rotina lhe adorna a feição
Levando-se o feio ao bravo, ao belo
Dando ares de graça em nova afeição.

Outrora incomum tornar-se-ia o banal
E não mais se notaria flores nos jardins
Tudo rumaria ao caminho de seus fins

O espanto ganha ares do mais trivial
Pequeno susto (salto!) leve de inicial
Aprazível (ou banal), depois, enfim...


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terça-feira, 29 de março de 2011

CAIXA DE RESSONÂNCIA


Universo posto em conspiração
Energeticamente cada pessoa
Impõe em tudo sua vibração
E única, grande, órbita ressoa.

À deriva, navegamos nos campos
Nas forças que a tudo atordoa
Às luzes d’além, dos pirilampos
Na incandescência que nos voa.

Universo todo tempo em ação
Com seus campos magnéticos
E as interferências na emoção

Freqüência, cálculos aritméticos
Fazem vibrar junto esse coração
Tão carente de campos poéticos.


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quinta-feira, 17 de março de 2011

TALVEZ

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Talvez é o quase do sim
Um querer sem querer
Por querer idem o não.

O nada, tudo, a indecisão
O querer quase querer
Ser não ou ser o sim.


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terça-feira, 15 de março de 2011

AMOR SEM DOR


Poema sem dor, mas com amor
Era a temática da redação.
De lance, a aluna se pôs em pavor
Mostrando evidente aflição.

“Como seria possível esse feito?”
Desde o início dos tempos
Um é o outro, na cara, no jeito
Andam juntos, voam nos ventos.

“Desde sempre e todo sempre”
Afirmava a si mesma a garota.
Ao seu lado, com sorriso contente

A alegria breve, fácil, marota:
 “A mim basta estar na sua frente;
O texto? Não me importa a nota!”


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segunda-feira, 14 de março de 2011

PALAVRAS VI



Nem preciso escrever a você.
Já é a própria palavra escrita
É verso em vida, é prosa, é poema...
Mais além: é palavra dita!

Simples como um sim
Ou como um não, é palavra certa
Que encontra sempre seu fim
Sílaba tônica e acento circunflexo.

Não! Palavra alguma carece!
Redige esse seu texto singular
Essa estória única que enaltece
Algumas reticências que parecem falar...


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domingo, 13 de março de 2011

SORRISO

(Para Aline C.B.F)

É se estar saudável, lhe aviso
Estar gostoso com a alma
Externar alegria com calma.
Delicioso saudável sorriso!

Pôr-se o per si ao além
Colocar-se para mais ali
Para lá, acolá e aqui
Dar paz ao outro também.

Epidêmico suave contágio
Causa essa sua sensação
Amiga minha (do coração)

É o máximo humano adágio
Dá leme, evita o naufrágio
Põe-na em melhor direção.


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terça-feira, 1 de março de 2011

POEMA DA VIDA


Poema! Poema nosso de cada dia
Da doce palavra meiga e amena
Eivado de momento de sabedoria
Riscos e rabiscos da grafia serena.

Diário aberto de meias verdades
Aos erros ortográficos sujeito
 - Errar é Poético! Quão infelicidades
Existem e se apagam; sem efeito.

Linhas tortas sobre as certas
Anoitecem no poema já escrito
Alinhando-se às horas incertas
Que nunca lembrarão do que dito.

Amanhecida palavra que emociona
Um riscado leve, sincero e franco
À vida que diariamente ocasiona
Nova folha de papel em branco.

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